Vocês podem ter estranhado a demora desse post, enfim, chegando mais de 10 dias depois do evento. Mas acontece, que estou muito feliz em dizer que estou mais consultora de estilo do que propriamente blogueira. Também, proucuro dar 100% de mim em tudo que eu faço, por isso, não cabia fazer rapidamente somente para ser "eficiente". Além do mais, só nesse post temos mais de 120 fotos. Até chegar a esse número, limpei, revi, editei e fiz uma curadoria das fotos, todas editadas por mim. Não parece ser fácil, não é mesmo? Dito isso, espero que entendam a demora, mas até que foi bacana esperar um pouco para escrever para vocês.

Vem comigo ler mais sobre tudo que rolou no Moda Pelotas verão 2016!

Bom, vamos lá! Vamos começar falando sobre o evento em si. Eu gostei muito do formato dessa edição, tivemos lounges bacanas, como por exemplo o do Now Café Estilo, que acabou levando pessoas mais interessadas no assunto ao evento. Também tivemos comidinhas do Madre Mia!, da Satolep Cook, do Café no Espaço, entre outras empresas bacanas que levam o nome da cidade para outros lugares pela qualidade do seu trabalho. Movimentou pessoas, chamou outras que não iam ao evento, deu uma movimentada mesmo. Isso foi bem interessante. 


O evento estava bem organizado, adorei o fato de ter sido no sábado, fazendo com que muitas pessoas pudessem ir com calma ver os desfiles. Achei os seguranças e as recepcionistas bem educados, bem vestidos, adequados - sim, eu super percebo essas coisas! -. Adorei ter conseguido ir ao backstage e ter feito a cobertura para vocês, foi interessante conversar com os maquiadores e hairstylists sobre a beleza das modelos. Que por sinal, ficou ótima, neutra, antenada com as tendências do minimalismo, coube perfeitamente com todas as marcas desfiladas. Parabéns a Nádia da Yes! Cosmetics e ao Oswaldo e sua equipe da Oswaldo Beauty. 

Falando especificamente sobre os desfiles, a maioria teve um styling muito fraco. Marcas que sempre foram muito boas deram uma deslizada. De forma geral, estamos melhores. Ao menos agora não estamos passando vergonha, digamos assim. Então, já que agora não estamos mais tendo erros tão primários, acho bacana começar a pensar na importância dos desfiles, ainda mais em uma cidade pequena. Está na hora das marcas entenderem que elas podem educar e mostrar novas formas de usar o seu próprio produto aos consumidores. Instigar, aumentar o interesse, contar um história - todos nós queremos ouvir histórias, entendam por favor! -, criar desejos. Como isso é possível? Centrando a sua marca em um conceito, usando os desfiles - redes sociais, anúncios em revistas e rádio, etc - para contar histórias a partir desse conceito, e conquistar as pessoas para depois vender um produto. 

Você lojista, só ganha dinheiro quando gera valor para as pessoas. Quando as pessoas entendem que elas precisam do seu olhar sobre alguma coisa, no caso, estilo - a moda vem depois -. Para pessoas que geram valor para as pessoas, não existe crise. Se as pessoas enxergam que o que você oferece é interessante, incrível e que elas precisam, elas pagam. Então, gere valor com os seus desfiles, já que você se propôs a participar desse evento.

Outra coisa muito importante que me martelou a cabeça durante essa semana é que nós estamos cheios do "mais do mesmo". A crise que as pessoas tanto falam não tolera o "mais do mesmo". Duas marcas adultas apresentaram na passarela o mesmo vestido, e isso também aconteceu com duas marcas infantis. Acho que isso reflete o mercado pelotense saturado de pessoas que vendem as mesmas coisas. Não a toa os melhores desfiles foram de marcas independentes, que geram com mais facilidade valor. Basta um passeio atento pelas lojas da cidade para ver que a maioria comprou as roupas nos mesmos lugares.

Bom, vamos comentar rapidamente os desfiles? De certa forma, o que eu falo para cada marca, falo para todas!

UCPel: Achei interessante a reflexão feitas pelos alunos sobre a platinidade. Eu já tinha percebido, claro, as caractériticas que unem os gaúchos aos também gaúchos argentinos e uruguaios. Mas nunca tinha parado para refletir isso, de fato, em roupas. Achei realmente a reflexão bem interessante, percebi o cuidado de alguns alunos em falar por modelagens, linhas, formas, ao invés de entupir tudo de acessórios e cores.


IFSul: Tá aí um bom exemplo de "contar história" por meio do styling. Se pegarmos cada look separadamente, talvez o resultado não seria bacana, Mas, usando o styling como ferramenta, unindo cada looks com elementos comuns a todos - óculos e turbantes - tivemos uma noção do todo. Além da boa noção de que looks de passarela precisam chamar pelo visual, tem que surpreender, mesmo em um desfile comercial. Destaque para o look verde e branco com turbante mostarda! ♥


Feito para Ninar: Crianças são fofas, mas styling também conta e vende. Acho bacana pensar no que as crianças - e as mães das crianças - gostariam de comprar, de ver suas filhas vestindo e de usar! Essas perguntas poderosas podem soltar a nossa criatividade.


Linda Rosa: Acho que foi um bom desfile, mas poderia temperar mais com um styling mais interessante, mostrando novas ideias ao invés de repetir o que as pessoas já sabem que está na moda.


Renov a Rigor: Roupa de festa, não fala de moda, fala de vestir algo incrível para viver um dia muito incrível. Levar isso para o desfile seria interessante, mostrando looks mais atuais e montando uma composição harmoniosa para que tenha uma unidade estética no desfile. 


Gaúcho & Prenda: Normalmente gosto muito dos desfiles dessa marca, mesmo não sendo gaúcha. Dessa vez achei que tivemos muitos looks com o mesmo assunto: estampa de cavalo. Gostei muito das bolsas, da blusa de renda, do look com o lenço - um exemplo de como uma marca pode usar o desfile para gerar desejo e dar novas ideias aos seus clientes! -.


Extravaganza: Senti um amadurecimento maior da marca, gostei de várias peças apresentadas, gostei no styling também, bem mais interessante do que os outros desfiles. Algumas peças usaria separadamente, mas a maior diferença foi ter usado peças com apelo visual bacana para a passarela.


Rosa Limão: Gostei de alguns looks diferentes para as crianças, como peças sem estampa, vestidos longos, peças com cortes interessantes e com corte bacana. Fiquei feliz em ver bons looks teens.


Maria Loka: Muitos looks que não conversavam entre si. O desfile terminou e eu não consegui entender quem é a mulher Maria Loka.


Hering: Gostei do styling, mas vou fazer um pedido aos modelos: quando alguém pedir para que vocês façam qualquer performance na ponta da passarela, não façam. Todos os modelos, jogando beijo não foi interessante. Se a Hering desfilasse no SPFW, tenho certeza que ninguém mandaria beijo! rs. No todo, gostei do fato das modelos entrarem sorrindo, isso já é o suficiente para contar qual é a vibe da coleção.


Gang: Fiquei pensando se a menina Gang usaria esses looks com um sapato preto de salto. Algumas coisas não casaram, simplesmente. Senti falta de mais ideias de looks e combinações para inspirarem até as meninas Gang a serem mais criativas.


Vicenza Launch: Um bom exemplo de coordenação de peças para desfile. Eles combinaram algumas cores e até estampas fazendo uma transição inteligente de look para look, nos guiando pelo o que queriam mostrar. Adorei a pantacourt, o body e a saia midi - mostrando e incentivando as pelotenses a se arriscarem -.


Lilica & Tigor: Acho bem bacana a ideia de ter o vídeo da coleção passando no fundo, pois ajuda a contar a histótia. 


Zschornack: Achei interessante a escolha da ordem das cores para o desfile. O primeiro vestido, curto com franjas, foi uma boa escolha para a passarela. Mas falta styling, falta completar os vestidos com acessórios, com formas de usar que sejam inovadoras.


Marola: Os looks femininos podem melhorar e muito. Dá para investir mais em styling tanto para os looks femininos e masculinos. Tem que contar uma história, não tem jeito.


Pompéia: Muitas tendências em um look só. A imagem acaba ficando pesada e sem originalidade. Gostei do look do macacão preto. Adorei os sapatos, sempre muito interessantes.


Pink & Blue Kids: Gostei de alguns looks, principalmente o da menina de boné, que incentiva as crianças e as mães a serem mais criativas nos looks.


Outlet Lingerie: Gostei que a marca não quis esconder as lingeries para não expor as modelos. Gente, elas são modelos, né? Estão acostumadas. Gostei do lacinho no cabelo, mas acho que algo a mais poderia ter... tipo a Victoria Secret's que criou um show praticamente para vender suas lingeries - e se for ver é a única marca que vende lingerie desse jeito glam -. Pra pensar...


3 Gurias: Adorei o fato das meninas terem usado essa oportunidade para focar em vestidos de noivas, um indicativo do amadurecimento da marca. A prova que um desfile pode ser usado para comunicar seu novo posicionamento. Agora, muitas pessoas viram que elas não fazem só vestidos de 15 anos, por exemplo.


Bem te vi store: Achei o desfile muito interessante, e bem posicionado em relação ao público e ao conceito da marca, que fala de roupas confortáveis. Um desfile limpo, mas que comunicou muito bem, com apenas 5 looks. Para a gente perceber que com 10 ou 15 looks muitas marcas não conseguiram comunicar. O conceito é mais importante do que o volume.


Ingrid Sias: Ela tem talento, mas achei que cada look contava histórias diferentes entre si. Senti falta de uma unidade em todo o desfile. Adorei a saia com o boby - ela é inteligente em compor peças utilitárias - e gostei do estilo meio boho das criações. Me lembra bem as estilistas argentinas.


Lalá Sanguiné: Gosto muito das criações da Lalá, e fiquei apaixonada pelo vestido branco das modelos - quero um! rs -. Acho que ficaria mais bacana usar poucas bolsas em cada modelo, firmando bem no conceito. Atenção especial as mules que eu amo, a bolsa carteiro preta de couro e a bolsa com franjas super chique!


Reine: Um bom exemplo de uma marca que primeiro formou um conceito para depois pensar em um desfile. Em 5 peças, conseguimos entender a que veio, qual mensagem quer passar e qual estilo estará presente em suas criações. O resultado? Muitas encomendas do vestido vinho desfilado. Postei o vídeo de abertura do desfile AQUI! Você precisa ver!


C&A: Normalmente, sempre tem um syling legal, mas nesse, realmente não funcionou. Muitos looks tinham erros primários e não nos inspiraram. Mesmo assim, muitas peças são super interessantes.


Bom, de uma forma geral, são essas as minhas considerações. Tudo isso que escrevo é para que a gente melhore, como mercado mesmo e eu me incluo nisso.

Fotos: Grazy Pacheco e Fernanda Collares.

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Com amor,
Grazy.